Eu acredito e respeito profundamente todo o trabalho de
curas e terapias, para trazer a consciência e amor ao coração das
pessoas.
Mas, acredito mais firmemente que a nossa atuação deve ser levada à origem das coisas em vez
de nos focarmos em "consertar" o que está menos bem.
As crianças "mergulham" neste mundo cheias de potencial, com
verdadeiros tesouros para explorar e expandir. E esse potencial tem de ser acarinhado e protegido. Acima
de tudo, protegido.
A maioria de nós foi educada pelo medo. Os nossos pais fizeram-no, uma vez que também eles foram educados assim. Quantos vezes foi-nos dito
"És muito mau! Que feio!" quando eramos pequenos em vez de nos ser dito "O que fizeste foi mau, tu sabes fazer muito melhor que isso"?
Esta punição da criança, em vez da punição do acto, acontece diarimanente, quer em casa, quer na escola, constantemente. E crescemos a acreditar na nossa negatividade, pois é isso que nos é dito desde que nascemos.
Além disso, as crianças vivem cada vez mais sob pressão, sobrecarregadas com exigências e prova de resultados na escola desde muito cedo.
É cada vez mais normal ver uma criança de 3 ou 4 anos a aprender matemática básica ou a ler palavras simples. Na maioria das vezes, é-lhes exigido que tenham os mesmo horários, o mesmo ritmo de vida do adulto... isto é loucura e uma agressão brutal para um crescimento saudável.
Onde está o tempo para brincar e fantasiar? Para se ser criança?
Toda a sacralidade da
infância perde-se nesta loucura de ritmo.
Assistimos, por todo o lado, à aniquilação da sua inocência, deste
tesouro nelas contido,
a fim de acelerar seu crescimento. E o crescimento acelerado transforma-os em adultos
receosos, bloqueados, com medo de assumirem quem verdadeiramente são.
Estamos, com isto, a criar a criar gerações de pessoas deprimidas, oprimidas, não
reactivas, desmotivadas e uma autoestima muito baixa.
E o que precisamos é de pessoas despertas, estruturadas, conscientes das
suas capacidades e, acima de tudo, apaixonadas pela vida.
Pais e educadores: é cada vez mais urgente parar com isto.